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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ENCONTRO DE EQUIPAS NOVAS – TURCIFAL – 9 E 10 JANEIRO 2010

Chegamos, na gélida manhã de dia 9 de Janeiro, ao Centro Diocesano de Espiritualidade Imaculado Coração de Maria, mais conhecido por Casa de Retiros do Turcifal. Depois do acolhimento e de termos encontrado o nosso quarto (simples mas confortável) dirigimo-nos ao auditório. Para aquecer o coração começamos com a oração da manhã em jeito de laudes. O casal responsável pela organização do encontro, Paula e Jorge Rolo, apresentou a equipa organizadora e o tema do encontro
“EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA”
O Encontro tinha como objectivo principal a revisão do ano de pilotagem com vista a culminar na celebração do “compromisso” das equipas novas e dos casais que reforçariam equipas já constituídas durante a eucaristia de encerramento do encontro.
Todos os casais presentes fizeram uma breve apresentação de si e da sua equipa. Éramos 52 casais de 14 equipas, das regiões de Lisboa, Sintra, Cascais-Oeiras e Loures e Vale do Tejo e Tejo Sul.
O Padre Jacek Cesary Baginski, conhecido entre nós por Padre Jacinto e que nos acompanhou durante este encontro, apresentou o tema “Quem nos guia?” fazendo uma contextualização teológica do Matrimónio como vocação e como Sacramento.
O Padre Jacinto começou por referir-se à Criação (No princípio, Deus criou o universo ...) como propósito para a Salvação.
Foram lançadas as seguintes questões aos participantes: “Quem é salvo?” - o homem; “Quem salva?” – Deus; “De que é que queríamos ser salvos?” - de tudo o que nos limitava, de tudo o que nos bloqueava no dia a dia; “Fomos criados para quê?” ...
O Padre Jacinto referiu, mencionando o pensamento de alguns santos, a humanidade foi criada para coisas maiores, para ser divinizada, participando na natureza divina numa vida para além da morte. A Bíblia chama a isso “A Aliança”. Deus na montanha revelou-se a Moisés para estar com Moisés e o seu povo. Deus encarnou em Jesus Cristo, o Emanuel, para estar connosco, com a sua Igreja. Esta perspectiva transposta para a realidade de casal motiva a estarmos um com o outro.
O Amor de Deus pela humanidade “é um mar sem fundo e sem margens”, é uma “pureza deslumbrante”, é omnipotente, é aquele que vai até ao fim de si mesmo. Este amor de Deus é inspirador de perdão, de recomeço. Tudo pode ser ultrapassado. Nada é impossível. Porque a nossa força está em Deus. Desta forma, o amor matrimonial é o amor mais forte porque nele se aprende a perdoar.
Deus criou o homem para a liberdade. Nesta linha, os esposos devem respeitar a liberdade individual, os pais devem permitir os filhos assumirem a sua vida (as mães não devem ser galinhas, nem deixar os filhos fazerem tudo). O Amor dá-se e aceita o outro incondicionalmente. O Amor implica capacidade de sacrifício.
O matrimónio assumido e vivido pelos cristãos exprime este mistério de Deus, esta entrega à humanidade, pois o Matrimónio como vocação e como Sacramento é sinal de Deus presente nas nossas vidas.
De seguida, o casal Rolo apresentou o tema “Para onde vamos?” através de apresentação do seu testemunho.
Falaram da proposta das ENS, da importância do serviço, das orientações que devem orientar a vida dos casais equipistas, do serviço e da missão a favor da comunidade. Referiram as ENS como comunidades vivas de casais, reflexo do amor de Cristo.
Referiram que é muito importante respeitar a gradualidade dos casais (cada qual com ritmos diferentes), a personalização percurso pessoal e de casal e o esforço de progressão pessoal e do casal ( o desejo de operacionalização).
Foram, ainda, abordadas as propostas que resultaram dos encontros internacionais das ENS (entre 1994 (ONU-ano internacional da Família) – Fátima – e 2006 – Lourdes. O próximo encontro será em Brasília, em 2012.
A espiritualidade conjugal vai-se desenvolvendo estando ao serviço da comunidade. Foram dados vários exemplos sobre o que são Equipas de serviço ao movimento (por exemplo, as equipas que organizaram este encontro). Devemos estar ao serviço na equipa, no sector, no movimento, enfim, viver em comunidade. Não caminhamos sós em direcção à espiritualidade conjugal.
Teve lugar então a primeira reunião de equipas mistas: “Carisma – Mística – Orientações de Vida”. Depois de encontrada a sala foi altura para uma breve apresentação individual onde dissemos quem éramos, o que fazíamos e partilhávamos os momentos que marcaram mais a nossa vida (os mais difíceis e também os mais felizes). Foi maravilhoso ouvir esta partilha e observar o quanto a mística das equipas de Nossa Senhora têm acompanhado e ajudado a vida dos casais. Foi evidente a importância e a grande alegria experimentada pelos casais nesta caminhada, embora ainda curta, no movimento. Sem nos termos apercebido do tempo a passar conseguimos ainda reflectir sobre as pistas propostas: Sentimos, realmente, que fomos chamados? Como mostramos na nossa vida, que é Ele quem nos guia? Os objectivos e as orientações das ENS (esse mapa do caminho), estão bem claros e interiorizados? O que é que nos atrai mais na proposta do movimento?
E no meio de grande animação fomos almoçar, não fosse a sopa “azedar”...
Após o almoço reunimo-nos em plenário. É de referir a riqueza das reuniões das equipas mistas, a troca de experiências entre casais de diversas faixas etárias e com experiências de vida diversificadas, cujo reflexo foi visível na apresentação das conclusões em plenário.
Preparamo-nos agora para assistir à próxima comunicação “O que levamos connosco?”. O casal Catarina e Fernando Guedes reflectiram connosco sobre os Pontos Concretos de Esforço que genericamente nos conduzem à procura da vontade de Deus sobre nós próprios.
Resumidamente podemos dizer que a leitura diária da palavra de Deus é a porta que nos conduz ao diálogo e à conversa com Ele; a oração individual, conjugal e em família conduz os respectivos elementos a uma unidade espiritual.
Em comunidade a Equipa acompanha, revê, estimula a prática dos pontos concretos de esforço. O momento da reunião de equipa é o ponto forte de partilha; é o lugar de entreajuda fraterna em que cada um assume o outro no sentido mais complexo e mais profundo. Nada estabelece casais mais íntimos do que aqueles que procuram, em conjunto, Deus.
Na conclusão desta apresentação foi recordado o Papa João Paulo II com o seguinte pensamento: “O vosso movimento dispõe de uma pedagogia própria, baseada nos pontos concretos de esforço, que vos ajudam a crescer juntos na santidade”.
O casal Santos apresentou os restantes pontos concretos de esforço: o retiro anual, a regra de vida e o dever de sentar.
Esta apresentação foi muito viva pois traduziu-se num testemunho dado pelo próprio casal no que toca à regra de vida e ao dever de sentar. E para além disso foi feita uma analogia entre as regras a observar para o dever de sentar e os sinais de trânsito do Código da Estrada – como evitar acidentes em casal.
O dever de sentar deveria traduzir-se no prazer de sentar, enfatizando os seguintes objectivos: o mais importante é aceitar o outro; desejo mútuo de crescimento; abertura de horizontes; tornarmo-nos melhores pessoas; contribuir para a felicidade do outro.
É de também destacar o sentido amplo veiculado sobre a regra de vida: reflectir acções concretas para tornar o outro mais feliz.
Fomos então convidados a posar para a fotografia de grupo no exterior da casa.

Era agora o momento do Dever de Sentar. Aproveitámos as veredas por entre os vinhedos num final de tarde a escurecer para saborear estarmos juntos os dois com Deus e fazer uma revisão da vida em casal.
Já de noite, as equipas mistas juntaram-se novamente para nos aquecer, perdão... para reflectir sobre os “Pontos concretos de esforço e Partilha”. Falámos sobre a forma como os pontos de esforço nos interpelam para atitudes interiores que ajudam a melhor vivenciar o Evangelho no dia-a-dia. Maioritariamente elegeram-se o “Dever de Sentar” e a “Oração Conjugal” aqueles pontos mais difíceis de pôr em prática. Porém, também se concluiu que a partilha em equipa constitui uma forte ajuda mútua espiritual para avançar e experimentar as maravilhas deste método proposto às equipas.
Após uma segunda sessão de plenário bem animada, deslocamo-nos para a capela para um momento de oração e de Adoração do Santíssimo Sacramento.
Após o jantar foi proposto a cada equipa mista criarmos um projecto para darmos a conhecer o movimento das Equipas de Nossa Senhora. Foram momentos de grande animação, de humor refinado e muita imaginação. Houve também algumas revelações artísticas. A prova de que os spots publicitários se entranham na nossa cabeça foi a utilização por três equipas da seguinte frase adaptada de uma conhecida marca:
Se eu podia viver sem as Equipas de Nossa Senhora? Podia, mas não era a mesma coisa!
Terminamos a noite com a oração do “Magnificat” e fomos descansar. Lá fora o vento assobiava...
Domingo de manhã juntamo-nos no auditório para a oração da manhã. Seguiu-se a última comunicação “Quem vai connosco?” onde se apresentou a estrutura das ENS, tanto a nível nacional como internacional, bem como um pouco da história do movimento, da primeira equipa, do dom inspirador do Padre Caffarel, da necessidade da Carta fundadora onde se propõe um método exigente (inspirado nas ordem monásticas) para um caminho de espiritualidade conjugal com vista à santidade.
Seguiu-se um espaço aberto a questões. Percebeu-se que não havia dúvidas importantes o que relevou que as equipas de pilotagem fizeram um bom trabalho e este encontro foi bastante esclarecedor.
Chegara o momento por que todos ansiávamos. Recebíamos os nossos convidados (filhos, pais, amigos, directores espirituais, ...) e fazíamos os últimos retoques e preparativos do Compromisso.
Fomos para a capela para a celebração Eucarística de Compromisso e Acolhimento das Equipas Novas no Movimento e dos casais que vinham reforçar equipas já existentes (como foi o nosso caso). Foi um dos momentos fortes, com a presença de mais de 90 convidados que vieram partilhar connosco este momento tão importante, em que o Movimento nos acolheu através da oferta pelo casal responsável de cada sector de uma imagem de Nossa Senhora e do Guia das ENS.
O encontro correu muito bem e a equipa que o organizou está, por isso, de parabéns!
Um abraço em Cristo,
Manuela e João Paulo Varandas

Um comentário:

  1. Queridos Amigos Manuela e João Paulo,
    Parabéns pelo excelente retrato que fizeram do Encontro de Equipas Novas. Oramos para que o carisma e a mistica do movimento toquem o coração de todos os casais presentes neste Encontro e sejam um sinal profundo do amor amor humano ao serviço do matrimónio, das suas equipas e da igreja local onde estão inseridos.
    Um abraço fraterno,
    Jorge Rolo

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